Compositor: Alí Primera
Que triste se ouve a chuva
Nos tetos de papelão
Que triste vive minha gente
Nas casas de papelão
Vem descendo o operário
Quase arrastando seus passos
Pelo peso do sofrer
Veja que é muito sofrer
Veja que pesa o sofrer
Acima deixa a mulher grávida
Abaixo está a cidade
E se perde em seu emaranhado
Hoje é o mesmo que ontem
Em um mundo sem amanhã!
Que triste se ouve a chuva
Nos tetos de papelão
Que triste vive minha gente
Nas casas de papelão
Crianças cor da minha terra
Com suas mesmas cicatrizes
Milionários de lombrigas
E por isso que triste vivem as crianças
Nas casas de pepelão
Que triste se ouve a chuva
Nos tetos de papelão
Que triste vive minha gente
Nas casas de papelão
Que triste
Vive minha gente
Nas casas de papelão
O senhor não vai acreditar
Mas há escolas de cachorros
Que lhes dão educação
Para que não mordam os jornais
Mas o patrão, faz anos, muitos anos
Que está mordendo o operário
Que triste se ouve a chuva
Nos tetos de papelão
Que longe passa uma esperança
Nas casas de papelão